A beleza não é egoísta, ao contrário do que pode parecer à primeira vista. A beleza verdadeira atrai, mas lança seu admirador para algo muito maior que ela mesma. Coloca-o diante de si mesmo, do mundo, da vida.
A beleza se torna vazia quando é aprisionada em si mesma, quando é meio para seu próprio fim, quando atrai as pessoas para si e ali elas permanecem tão somente. Na medida em que impulsiona o homem para algo além, a beleza se torna rica, frutífera, potente. Libertadora.
O belo mobiliza, move, comove. Coloca-nos em movimento. Lança-nos na vida, na busca por realização, no encontro conosco mesmo. A beleza aguça a criatividade, estimula a atividade, promove a libertação de ir além do que está posto, ou seja, promove liberdade. Aquilo que é belo pede para ser compartilhado, dividido. Quantas vezes ao vermos algo belo não temos uma lembrança de algo ou de alguém? Quase que imediatamente, desejamos que uma pessoa veja aquilo ou que escute, enfim, que participe do instante belo. Experiências de beleza, portanto, foram feitas para serem vivenciadas em companhia, porque foram criadas para o homem e este existe para viver em companhia.
Assim, o belo pode ser encontrado em qualquer ser, em qualquer coisa, em qualquer situação. O belo não é uma característica ensimesmada. A beleza é, antes de tudo, uma experiência. Experiência que carrega, expressa e transparece aquilo que gera, potencializa e escancara a essência de quem somos. É o desnudar da alma.
A natural beleza então é uma ocasião que nos convoca; intima, sem intimidar. Trata-se de uma convocação particular, pessoal. O belo é sempre diferente, singular e irrepetível, pois passa pela pupila e perpassa a história de cada pessoa, que é sempre única. Um mesmo pôr-do-sol é belo de diferentes maneiras a depender da história dos olhos que o observam. Uma mesma música é bela de inúmeras formas a depender da história que carregam os ouvidos que a escutam. Cada coisa, cada ser é belo de incontáveis modos, na medida em que é compartilhado e vivenciado por infinitas pessoas, cada qual única e irrepetível.
Na FRACTAL Núcleo de Avaliação Psicológica procuramos viver a beleza cotidianamente, ainda que no meio da dor naturalmente envolvida nas circunstâncias do trabalho psicológico. A beleza é uma das maneiras de sustentar o cuidado, ainda que pequeno, de dar a cada um o tratamento devido dentro de um cenário amplo, o cenário da beleza de nosso encontro.
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