Quatro anos atrás, numa manhã de terça-feira, os sete princípios norteadores do nosso trabalho foram rascunhados num pedaço de papel. Não tínhamos nenhuma pretensão do que fazer com “aquilo”, apenas queríamos manter vivo o desejo que, inclusive, motivara o encontro daquela manhã. Não estávamos escrevendo planos ousados, eram um conjunto de vontades, de sonhos…
“Aquilo” viria a se tornar os Valores da FRACTAL Núcleo de Avaliação Psicológica; eram manifestações do que gostaríamos de encontrar no mundo, especialmente no âmbito profissional. E com tudo “aquilo” em mente, começamos a tomar um mundo inteiro de decisões até chegarmos aos nossos dias atuais.
Todo ano, no trigésimo dia de agosto, nós celebramos nosso aniversário. E fazemos uma reflexão que tenta fazer um apanhado do que vivemos. Quase todas nossas reflexões, como podem ser vistas nos textos anteriores [2014, 2013…], falam de que contar o que vivemos é, na verdade, inefável. Ainda temos essa sensação. É de fato inenarrável, mesmo que possamos colocar tudo numa linha histórica. É inenarrável porque é tão peculiar, tão imenso, tão pequeno, tão… vida. E a vida é assim, exaustivamente incontável, seja de cálculos, seja de contos… [Nós podemos ler todas histórias do mundo, ouvir todas as pessoas, e ainda teremos em nós a manifesta percepção de que não sabemos tudo da vida. Por isso, sempre ficamos sem saber o que dizer].
Muita coisa mudou. MUITA!, com certeza. Várias decisões que tomamos foram sofridas, algumas doem até hoje. O mais impressionante, entretanto, é o fato de que as palavras riscadas de maneira tão natural e leve, motivaram ações das mais diversas. Coisas bobas desde o que comprar ou não para decorar, até receber ou não um caso. Um mundo inteiro de possibilidades de ações se descortina quando estamos diante do nosso desejo. Contudo, não basta desejar, há que se ter vontade, e para além da vontade, há que se agir. Para nós parece que foi natural, do desejo à vontade, da vontade à ação. Foi natural, mas não foi rápido, e não havia como ser…
Hoje, contudo, estamos com um ponto em particular na mente: Daquele rascunho lá do dia 30 de agosto de 2011, nasceram vários objetivos, brotaram vários cursos de ações. Aquele rascunho era uma proposta de mudança para o mundo. Queríamos mudar o mundo, como jovens e idealistas. Mas de perto e honestamente, ainda queremos. O que difere é o entendimento que mudar o mundo é fazer uma proposta acontecer, é devotá-la em ações, em cada janela, porta, fresta, fechadura… e a mudança perdura quando ocorre o inexplicável fenômeno do encontro. Isso já aconteceu, acontece e ainda queremos que ocorra.
Daí vem nossa reflexão desse quarto ano de existência. Queremos continuamente ter uma proposta de mudança para o mundo, e exercê-la em cada oportunidade, ainda que microcosmicamente.
Para nossa alegria, Gandhi disse algo que apoia nossa idéia: “seja a mudança que você deseja ver no mundo”. Sabemos, claro!, que não vamos mudar uma estrutura gigantesca, muito maior que nós. Mas vamos propor, vamos acender, e vamos nós também nos iluminar com o que estiver por vir.
O que nos trouxe aqui é inexplicável, já dissemos. Mas seja o que for, parece que é um ato contínuo de respostas acesas, inflamáveis, propositadas, trabalhosas, vivas. Essa é a natureza da mudança. A isso, nos propomos.