A Avaliação Neuropsicológica é um processo complementar, para auxiliar profissionais da área da saúde, pais, educadores e operadores do Direito, a tomarem decisões mais fundamentadas. É muito importante entender que é um processo complementar, ou seja, o resultado da avaliação neuropsicológica precisa ser integrado com outras informações. A Avaliação Neuropsicológica ajuda muito, mas sozinha não consegue – e não pode – ser a única responsável por decisões.
A Avaliação Neuropsicológica envolve uma série de procedimentos técnico-científicos. O que isso quer dizer? Técnico envolve o aspecto de que existem padrões, de aplicação, de correção e de interpretação dos resultados, ou seja, todos os neuropsicólogos seguem esses parâmetros para garantir que um resultado possa ser comparado com o outro. Já o científico significa que os resultados são discutidos pela comunidade acadêmica e tenham um valor estatístico. Simplificando, isso quer dizer que quando uma pessoa tem um resultado “ruim” em um teste, esse resultado significa realmente uma alteração, e não que foi um mero acaso. Isso dá uma garantia de que os resultados sejam válidos.
Muitas pessoas têm curiosidade e não entendem a Avaliação Neuropsicológica. Eu sempre brinco com meus pacientes: nós temos a necessidade de ver como o seu cérebro está funcionando e existem duas formas de fazer isso: a primeira é abrindo a sua cabeça e dando uma olhada lá dentro e a outra é fazendo uma avaliação neuropsicológica.
Pois é isso que a Avaliação Neuropsicológica faz: ela avalia a saúde do funcionamento do cérebro, determinando se a memória está boa ou se já está falhando, se a capacidade de resolver problemas está normal e assim por diante. O quadro abaixo mostra uma série de funções cognitivas que são avaliadas na Avaliação Neuropsicológica [Futuramente, descreverei cada uma].
Durante a avaliação, cada uma dessas funções é analisada por meio de testes e tarefas neuropsicológicas, que são um conjunto de atividades que exigem do paciente um determinado desempenho. Por exemplo, na avaliação de memória, o paciente é submetido a algumas tarefas para ver se consegue aprender novas informações e se lembrar delas mais tarde. E por aí vai! Os testes e as tarefas neuropsicológicas são muito variados e é responsabilidade do neuropsicólogo escolher o que é necessário para cada paciente e cada queixa.
O último ponto que eu quero destacar é que o humor e o comportamento são elementos muito importantes numa Avaliação Neuropsicológica. O humor possui influência na cognição. Uma pessoa deprimida tem mais dificuldades cognitivas que alguém não-deprimido. Humor é energia, é disposição, por isso entender como está essa energia ao longo do tempo é fundamental. E os testes e questionários nem sempre conseguem perceber essa disposição, é essencial que o neuropsicólogo fique atento. O comportamento é uma exibição de como o cérebro está trabalhando. Entendo, portanto, que o verdadeiro propósito da neuropsicologia é passar por esses três elementos, que só andam juntos, mas que a gente cisma em tentar separar: cognição, humor e comportamento.
Somente o olhar adequado para essas três manifestações gerais é que permite construir um conhecimento mais detalhado e que gere um resultado mais compreensivo.
Há, porém, um último grande detalhe: o histórico de vida. Cada um traz uma história singular, com suas dores, suas alegrias, seus encontros e desencontros. Se o neuropsicólogo perder isso de vista, perde todo o parâmetro. Sem compreender a história da pessoa, sua maneira de agir, sua forma de pensar, ele tem diante de si um monte de papel sem vida, sem cor, sem cheiro, sem pessoalidade.
Por isso, eu recomendo muita cautela na hora de escolher um neuropsicólogo. Aplicar teste é para qualquer um. Saber lidar com tudo o que está em jogo não.
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Escrito por: Luciano Inácio Mariano
Luciano Inácio Mariano
Psicólogo – UFMG
Especialista em Neurociências – UFMG
Mestre em Neurociênicas – UFMG
Fundador da FRACTAL Núcleo de Avaliação Psicológica